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 Família de prefeito da PB embolsa R$ 40mil/mês
Prefeito da PB dribla nepotismo, nomeia 15 parentes na gestão e faz grande família embolsar mais de R$ 40mil/mês

Apesar de ser enquadrada como crime no Brasil, a prática de nepotismo continua sendo driblada pelos gestores paraibanos. O alvo da suposta prática é o prefeito do município de Caraúbas, Severino Virgílio, do PSC que, em uma única canetada, teria nomeado pelo menos quinze parentes para trabalhar na administração municipal, entre filhos, sobrinhos, netos e até noras.

Nepotismo, do latim nepos, neto ou descendente, é uma forma de corrupção na qual um alto funcionário público utiliza de sua posição para entregar cargos públicos a pessoas ligadas a ele por laços familiares, de forma que outras, as quais possuem uma qualificação melhor, fiquem lesadas.

Juntos, a grande família embolsa mais de R$ 40 mil por mês. A denúncia foi feita pelo líder da bancada de oposição na Câmara Municipal da cidade, José Josimar Ferreira da Silva, do PTB. Ele é popularmente conhecido no município como ‘Bazoca’.

Para o parlamentar, é um absurdo o fato de a prefeitura ter se tornado um feudo do prefeito. “Não podemos permitir isso”, disparou.

Ainda conforme o parlamentar, a atitude do prefeito fere os princípios que dão base à administração pública e por isso ele resolveu denunciar o crime.

"O prefeito não se importa com a moralização da coisa pública. Devemos assistir calados a este tipo de absurdo?", questionou o vereador.

O prefeito da cidade, por sua vez, justifica as contratações de familiares como sendo cargos políticos.

"Isso justifica que não seja nepotismo. São cargos políticos e, por isso, eles podem ser nomeados", explica.

O vereador discorda e alerta que esse excesso de contratação de parentes, mesmo sendo cargos públicos, não faz sentido, já que outras pessoas da população tem qualificação para assumir os cargos.

"Essa explicação não faz sentido. A escolha dos cargos não pode seguir este tipo de critério. A explicação não é válida", rebateu…

Pelos cálculos do líder da oposição, em quatro anos serão quase R$ 2 milhões que ‘ a grande família’ irá embolsar do poder público sem ao menos ter qualificação para exercer os cargos para que foram nomeados.

"O valor da folha de pagamento da família multiplicado por 12 meses equivale a uma receita mensal do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por mês, ou seja, R$ 40.350,00 X 12= R$ 484.200,00 já que o coeficiente do Município é 0.6. Levando-se em consideração quatro anos de mandato junto com a família, teremos o montante de R$ 40.340,00 X 48 meses= R$ 1.936.320,00 (um milhão, novecentos e trinta e seis mil, trezentos e vinte reais), correspondendo ao equivalente a quatro receitas do FPM", calculou Bazoca.


Outro lado - O assessor de Comunicação Social da prefeitura de Caraúbas, Eduardo Belo, contestou a denúncia da oposição. Segundo ele, o caso é "requentado" e já foi objeto de queixa apresentada pelos vereadores ao Tribunal de Contas do Estado, que fez apenas recomendações para ajustes em relação a três ocupantes de cargos comissionados na prefeitura.

Um deles foi a respeito do genro do prefeito, José Renivaldo Neves (secretário de Serviços Urbanos), mas o gestor explicou que ele é funcionário concursado. Já sobre José de Arimatéia Fernandes (diretor da Unidade de Saúde), o prefeito alegou que ele é técnico em saúde e deveria permanecer na função.

A outra recomendação foi em relação ao filho de Severino, Silvio Fernandes da Silva, que é secretário de Finanças e detinha outra nomeação no interior de Pernambuco. Ele pediu licença sem vencimentos do cargo que ocupava no outro Estado e pôde ser mantido na estrutura administrativa de Caraúbas.

Em relação ao presidente da Câmara, Belo explicou que ele era motorista da prefeitura desde 1997 e pediu licença do cargo depois que foi eleito para o mandato parlamentar. Finalmente, ele afirmou que dois nomes não podem ser considerados como parentes do prefeito. São Maiza da Conceição Farias da Costa (secretária de Cultura, Desportos e Lazer) porque ela se separou do filho de Severino e portanto, não teria mais qualquer ligação ainda que por afinidade com o prefeito. Da mesma forma, Valdenora Maria Farias de Costa, irmã dela e chefe de divisão da Secretaria de Educação também não se enquadraria mais como parente do gestor.


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