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Com faixas de protesto e palavras de ordem, um grupo de cerca de 100 técnicos de vários estados da Federação, principalmente do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, realizou uma manifestação pacífica e democrática na cerimônia de encerramento da 70ª SOEA, na quarta, 11, em Gramado. A manifestação ocorreu no início do discurso do presidente do Confea, José Tadeu da Silva.


Com três faixas – “Técnicos de luto, direitos iguais”, “A constituição garante e os técnicos exigem direitos iguais” e “Democracia proporciona direitos iguais a todos”, os técnicos demonstraram para a plateia de cerca de 3 mil presentes o seu repúdio à decisão de afastá-los do Sistema, retirando sua voz e poder de voto. Durante a cerimônia de encerramento foi anunciado que o Piauí sediará a 71ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, que será realizada em agosto na capital Teresina.


CREA-RJ apoia manifestação


O presidente do CREA-RJ, Agostinho Guerreiro, apoiou a ação e disse que a manifestação dos técnicos é parte da democracia. “Os técnicos estão insatisfeitos pela sua exclusão do Conselho Federal, que votou também para que eles fossem excluídos pelos Creas. Esta manifestação é uma forma de externar este sentimento de discriminação e repúdio. O Crea do Rio de Janeiro não apoia esta decisão do Confea; achamos absurdo este posicionamento. O protesto foi legítimo e tem todo o nosso apoio”, disse Guerreiro.


Insatisfações

O conselheiro do CREA-RJ e diretor do Sintec-RJ Sirney Braga disse que a manifestação demonstra a insatisfação dos técnicos agrícolas e industriais que foram retirados de forma arbitrária do Sistema. “É uma crítica violenta que fazemos ao Sistema. Temos que alterar a Lei 5.194 e colocar os técnicos participando, ou vamos fazer como os arquitetos, sair do Sistema. Não queremos sair do Sistema, mas queremos participar com direitos iguais. No 8º CNP temos as nossas propostas colocadas, infelizmente algumas não entraram na sistematização, por isso também criticamos a sistematização feita.”

Márcio Irineu da Anunciação, técnico em segurança do trabalho e diretor do Sintec-Maranhão, informou que é um conselheiro afastado do Crea do Maranhão, o que considerou uma discriminação violenta da parte do Confea. “Fazemos parte do Sistema, não podemos ficar calados, temos que nos manifestar e poder escolher para onde ir e como falar. Precisamos manter os nossos conselheiros no plenário”.

O técnico em Mineração Volnei Galbino da Silva , ex-conselheiro do Crea-RS, disse que foi expulso por conta desta decisão. “A gente espera que a Lei seja alterada e que esta alteração venha de fato cumprir a Constituição e que seja a democracia do Sistema. Sabemos que Lei 5194 foi criada na ditadura, ela não é democrática e sim excludente. O que queremos é que se realmente os técnicos forem mantidos dentro do Sistema, que seja de igual para igual, na igualdade, na democracia, com os mesmos direitos de todos os profissionais”.

“O que nós estamos querendo é o nosso espaço dentro do Sistema. Estamos tentando neste 8º CNP manter a nossa permanência no Sistema. Não só os técnicos, os tecnólogos também precisam ser contemplados”, disse Hélio César, presidente do Sintec-RJ.


Telmo Sodré, técnico em estradas do Sintec-ES, disse que o Espírito Santo está apoiando a reivindicação dos técnicos. “O Sistema Confea/Crea não tem demonstrado a democracia e a participação igualitária reconhecendo nos técnicos de nível médio o direito de participar do plenário.”


Osíris de Almeida, técnico em eletrotécnica do Rio de Janeiro, disse que o movimento foi motivado pela privação dos direitos dos técnicos. “Uma plenária autoritária vilipendiou os técnicos dos seus direitos ganhos no 3º CNP. Agora entendemos que é o momento de mudar, acreditamos que este 8ºCNP pode dar um grande avanço pra garantir os direitos dos técnicos e não só a obrigação de financiar o Sistema mas também de participar nas decisões”.


Renata Idalgo

Jornalista-Assessora CREA-RJ
MTB 23489-JP

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